Cientistas australianos estão em uma missão que pode parecer saída diretamente de um filme de ficção científica. Eles estão criando algo chamado Caixa Preta da Terra. Imagine o seguinte: um monólito com 9,7 metros de comprimento, praticamente indestrutível, localizado em algum lugar próximo a Hobart, na Tasmânia. Não é apenas para exibição. Esse gigante está destinado a ser o guardião definitivo da história humana, ou mais especificamente, de como os humanos podem estar escrevendo sua própria queda.
“A menos que transformemos dramaticamente nosso modo de vida, as mudanças climáticas e outros perigos causados pelo homem levarão ao colapso de nossa civilização”, alerta o site do projeto. A caixa não está economizando críticas; está aqui para documentar cada passo, erro e hesitação que a humanidade dá em direção a esse possível colapso.
O que vai dentro dessa colossal cápsula do tempo?
Discos rígidos, repletos de dados sobre mudanças de temperatura, níveis do mar, dióxido de carbono na atmosfera e coisas do tipo. Pense nisso como o registro ambiental definitivo, atualizado continuamente pelos próximos 30 a 50 anos. Esse é o prazo crítico que os cientistas acreditam que temos para reverter a situação das mudanças climáticas. E não são apenas números frios e duros.
A Caixa Preta planeja ficar de olho na internet, absorvendo conteúdo online que mostra como as mudanças climáticas nos impactam diariamente. Artigos de notícias, postagens em redes sociais – tudo está entrando. Como Jim Curtis, da BBDO, coloca, “Se colapsarmos como civilização, esta caixa indestrutível registrará todos os detalhes do evento, cada ação e inação.” A esperança? Que quem, ou o que, encontrar essa caixa não cometa os mesmos erros.
Alimentando essa tarefa monumental estão painéis solares. Eles não são apenas para exibição; são a linha de vida da Caixa Preta, garantindo que ela continue funcionando, registrando dados e potencialmente servindo como um conto cautelar para as gerações futuras.
Mas aqui está o ponto crucial: a localização exata desse monólito ainda é mantida em segredo. Está em algum lugar entre Queenstown e Strahan, na costa oeste da Tasmânia, mas o local exato? É um segredo.
A grande questão permanece: Como os futuros descobridores, humanos ou não, farão sentido de todos esses dados? A equipe está trabalhando nisso, garantindo que “as instruções” sejam claras o suficiente para qualquer um, ou qualquer coisa, que encontre este tesouro da história humana.
A Caixa Preta da Terra pode parecer um tanto dramática, mas está fundamentada em uma mensagem séria. “Suas ações, inações e interações agora estão registradas”, afirma o projeto. É um lembrete contundente de que o relógio está correndo, e não se trata apenas de manter registros; trata-se de estimular a ação antes que seja tarde demais.
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