segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Cidade com salário mínimo mais alto do mundo aprova piso de R$ 25 mil


A população da cidade de Genebra, na Suíça, aprovou nesta semana em um referendo a criação de um salário mínimo de 23 francos suíços por hora — o que equivale a 4.086 francos mensais em uma jornada semanal de 41 horas, ou R$ 25 mil por mês.

A quantia parece exorbitante para os padrões brasileiros, onde o salário mínimo é de apenas 4% do valor suíço — R$ 1.045 (ou 170 francos). No Brasil, o presidente brasileiro tem salário mensal de R$ 27 mil, um pouco superior ao mínimo de Genebra.

Mas Genebra é classificada como uma das cidades mais caras do mundo. Um cafezinho em Genebra costuma custar cerca de 5 euros, ou mais de R$ 30.

Os sindicatos de trabalhadores, que promoveram a proposta do salário mínimo, dizem que houve um aumento significativo no número de pessoas procurando centros de doações de comida por conta do estado de saúde pública nos últimos meses.

Uma das atividades econômicas mais importantes de Genebra é o turismo, setor que foi fortemente afetado pela doença.

Segundo os sindicalistas, é difícil sobreviver na Suíça com renda inferior a 4 mil francos suíços mensais — justamente o valor que foi aprovado de salário mínimo. Habitação, serviços com água e luz, transporte público, seguro de saúde e alimentação estão entre os itens mais caros, quando comparados com outras cidades em outros países.

O aluguel mensal de um apartamento de um quarto na região central de Genebra custa por volta de 1,8 mil francos (R$ 11 mil). Um trabalhador pode gastar em um mês mais de 670 francos (R$ 4 mil) em transporte, seguro de saúde e contas da casa.

Mas quando comparado com outros países, o salário mínimo da cidade suíça é extremamente alto. São quase 3,8 mil euros por mês — mais do que o dobro do salário mínimo pago nos países vizinhos Alemanha e França (por volta de 1,5 mil euros). E muito superior aos 2 mil euros pagos em Luxemburgo, que tem o maior salário mínimo em âmbito nacional da Europa.

A Suíça não possui uma política nacional de salário mínimo, cabendo a cada cidade decidir sobre esta questão por conta própria. O país é conhecido por dar aos seus cidadãos a possibilidade de tomar diversas decisões via referendo.

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